A 1ª Guerra Mundial foi um símbolo de destruição civil e militar da idade moderna, um negro marco na história universal. Algumas bandas compuseram músicas em memória de momentos com ela relacionados mas penso que nenhuma se dedicou apenas à sua temática em todos os seus trabalhos, pelo menos da forma que o fazem os Ucranianos 1914. “The Blind Leading The Blind” é o novo trabalho da banda que vai ser lançado numa data histórica, na 11ª hora do 11º dia do 11º mês (Hora Europa Central), momento que marca o 100º Aniversário do final da Grande Guerra.
Durante 11 faixas é possível sentir um pouco do ambiente vivido no campo de batalha; de certo modo, o álbum está estruturado numa lógica de início de conflito, caos total e fim do conflito. Encapsuladas entre 2 faixas instrumentais com gravações alusivas à época (“War In” e “War Out”) estão 9 trechos que relatam de forma fiel os sentimentos de quem viveu o conflito, bem como a forma de o encarar, ao longo dos anos em que decorreu. Para além do lirísmo centrado nos diversos episódios a banda usou muito bem a instrumentalização e as características do death metal e outros sub-géneros para preencher o retrato que fazem dos eventos. “Arrival. The Meuse-Argonne” é maioritariamente tocada em blast beats, simbolizando as constantes barragens de artilharia que eram despejadas sobre os soldados, com momentos mais doom que refletem os “intervalos” e a noção dos presentes do que os rodeava. “A7V Mephisto” centra-se no veículo blindado ligeiro que os Alemães introduziram na Guerra e que lhes permitiu infligir um grande número de baixas aos inimigos; aqui novamente o ritmo da música adapta-se à sua figura central, lenta e compassada. Para além destes 2 exemplos há também o uso de sons/vozes adaptadas aos episódios que permitem ao ouvinte entrar nas narrativas: “Beat the Bastards” começa ao som de gaitas-de-foles que dão o mote à descarga eléctrica que se sente ao longo da música; “Hanging on the Barbed Wire” é uma curta faixa onde se podem escutar tropas a marchar e a cantar à chuva logo seguida de “Passchenhell”, faixa que retrata uma das mais famosas batalhas que decorreu nessas circunstâncias, a Terceira Batalha de Ypres. Gostei do álbum no geral mas acabo por destacar a faixa “The Hundred Days Offensive” que, a meu ver, reúne em si toda a mística do álbum com diversas variações de ritmo e intensidade.
Estes são apenas alguns exemplos da forma como os Ucranianos 1914 estruturam as músicas de forma a envolver o ouvinte, fazendo com que ele se sinta parte da história e, por outro lado, dar corpo a um trabalho que de outro modo seria apenas mais um álbum. “The Blind Leading The Blind” vai mais além que simples pesquisa temática, é quase como que uma lição de história e tendo em conta a data de lançamento, posiciona-se como uma homenagem a todos os que combateram na Grande Guerra. É um trabalho a ser escutado com muita atenção, muito por culpa do rigor com que foi elaborado.
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First World War was a symbol of civil and military destruction of modern age, a black milestone in universal history. Some bands wrote musics in memory of moments related to it but I do believe none has dedicated all their work to this theme at least the way that Ukrainian band 1914 do. “The Blind Leading The Blind” is the band’s newest work that will be released in an historical date, on the 11th hour of the 11th day of the 11th month (Central Europe Time), the instant that signs the 100th Anniversary of the end of the Great War.
Along 11 tracks it’s possible the feel a bit of the atmosphere lived in the battlefield; in a way, the album is structured in a logic of beginning of conflict, total chaos and end of conflict. Encapsulated between 2 instrumental tracks with recordings allusive to the time (“War In” and “War Out”) are 9 tracks that describe faithfully the feeling of those who lived the conflict, as well as the way they’ve faced it, throughout the years it took place. Besides the lyrics focused on certain episodes the band used very well the instrumentation and characteristics of death metal and other sub genres to fill in the portrait they make of the events. “Arrival. The Meuse-Argonne” is mainly played in blast beats, symbolizing the constant artillery barrages that were poured down on the soldiers, with doomish moments that reflect the “breaks” and the ones there notion of what surrounded them. “A7V Mephisto” focus on the light armored vehicle Germany introduced in the War and enabled them to inflict severe casualties in their enemies; here again the music rhythm adapts to the central subject, slow and paced. Besides this 2 examples there is also the use of sounds/voices adapted to the episodes that enable the listener to get in the narratives: “Beat the Bastards” starts with the sound of bagpipes that give the motto to the electrical discharge that is felt along the music; “Hanging on the Barbed Wire” is a short track where we can listen to marching troops singing in the rain right after followed by “Passchenhell”, a track that describes one of the war’s famous battles that took place under those conditions, the Third Battle of Ypres. I enjoyed the album in general but I end up highlighting the track “The Hundred Days Offensive” that, in my point of view, gathers all the album mystic with several swings in rhythm and intensity.
This are just some examples of the way Ukrainian band 1914 structure the songs in a way to involve the listener making him feel as a part of history and also to embody a work that otherwise would be just another album. “The Blind Leading The Blind” goes beyond simple theme research, it’s almost an history lesson and having in mind the release date, it stands out as an homage to all who fought in the Great War. It’s a work to be listened carefully, mainly due to the rigor it was composed.
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