A Constant Storm - Lava Empire



Quase 4 anos volvidos desde o álbum de estreia “Storm Alive”, o projecto A Constant Storm de Daniel Laureano traz-nos agora o seu sucessor, “Lava Empire”. Segundo a informação fornecida, este é um trabalho conceptual que busca inspiração na “Divina Comédia” de Dante e que resulta numa viagem por diferentes reinos de uma qualquer civilização antiga.

Vou deixar de parte uma maior análise à parte lírica até porque nunca li a obra que serviu de inspiração, pelo que a probabilidade de erro seria grande. Enquanto que “Storm Alive” é um trabalho com uma sonoridade principalmente voltada para o death metal melódico com alguns outros elementos à mistura, “Lava Empire” segue um percurso musical completamente diferente onde Daniel opta por pôr em prática muitas das suas raízes musicais. A sonoridade principal aqui passa a ser um rock/metal mais progressivo, acompanhado por elementos que abrangem vários subgéneros do metal, folk étnico e de fusão, quer seja em ritmo ou pela utilização de instrumentos mais acústicos. Outra grande diferença reside nas vocalizações; enquanto que no anterior trabalho tudo era cantado em voz gutural (a cargo de Ricardo Pereira que aqui continua a assumir essa função), o destaque vai para Daniel que, para além de multi instrumentista, se aventura também a cantar com voz limpa. A completar este capítulo podemos escutar Inês Rento no coro feminino e soprano. Algo que se deve fazer num álbum conceptual é criar flutuações rítmicas que permitam ao ouvinte embrenhar-se na história cantada. A opção pelo uso de uma maior leque de abrangências musicais, juntamente com as diversas vocalizações, facilita esse processo de criação mas isso não diminui a qualidade final ao nível da composição.

Ao contrário do que muitos pensam, não é o trabalho de estreia de um artista/banda que testa a sua capacidade musical mas sim o seu sucessor. É na capacidade (ou falta dela) de dar continuidade a esse trabalho que reside o pormenor diferenciador, e aqui Daniel passou com distinção. Quem o conhece sabe das suas capacidades enquanto executante e compositor, aqui vastamente alargadas, agora complementadas pela voz. O facto de ter optado aqui por um caminho musical que lhe permite demarcar-se de outros projectos dá-lhe a possibilidade de criar o seu meritório espaço.

“Lava Empire” é um trabalho que pode ser escutado pelo seu valor ou em conjunto com o anterior álbum; seja de que forma for, é indiscutível a obrigatoriedade da sua presença nas coleções de audiófilos.

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Almost 4 years after the debut album “Storm Alive”, Daniel Laureano's A Constant Storm project now brings us its sophomore, “Lava Empire”. According to the information provided this is a conceptual work that seeks inspiration in Dante's “Divine Comedy” and that results in a journey through different kingdoms of any ancient civilization.

I will leave aside a greater analysis to the lyrical part, because I never read the work that served as inspiration, so the probability of error would be great. While “Storm Alive” is a work with a sound mainly focused on melodic death metal with some other elements to the mix, “Lava Empire” follows a completely different musical path where Daniel chooses to put into practice many of his musical roots. The main sound here becomes a more progressive rock/metal, accompanied by elements that encompass various sub-genres of metal, ethnic and fusion folk, whether in rhythm or the use of more acoustic instruments. Another big difference lies in the vocalizations; while in the previous work everything was sung in a guttural voice (in charge of Ricardo Pereira who continues to assume this role here), the highlight goes to Daniel who, in addition to being a multi instrumentalist, also ventures to sing in a clean voice. Completing this chapter we can hear Inês Rento in the female and soprano choir. Something to do in a conceptual album is to create rhythmic fluctuations that allow the listener to get involved in the sung story. The option to use a wider range of musical ranges, along with the various vocalizations, facilitates this creative process, but this does not diminish the final quality in terms of composition.

Contrary to what many people think, it is not the debut work of an artist/band that tests his musical ability but his successor. It is in the capacity (or lack of it) to continue that work that the differentiating detail lies, and here Daniel passed with distinction. Those who know him know of his abilities as a performer and composer, here vastly extended, now complemented by his voice. The fact that he has chosen here a musical path that allows him to distinguish himself from other projects gives him the possibility to create his worthy space.

“Lava Empire” is a work that can be heard for its value or in conjunction with the previous album; in any way, it is indisputable that it is mandatory to be present in audiophile collections.

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