O próximo dia 8 de Novembro trará finalmente à luz do dia “Seethe”, terceiro longa-duração dos Blame Zeus. Para além de ansiosamente aguardado pelos fãs da banda este registo marca desde logo uma evolução positiva, é o primeiro a ser gravado debaixo de um contrato com uma editora internacional jovem mas que já nos apresentou bons lançamentos (no que diz respeito à música nacional “Barros - More Humanity Please”, trabalho a solo de Paulo Barros, foi editado por esta editora), a Italiana Rockshots Records. Para além disso, “Seethe” permite-nos perceber o rumo de uma banda que tem vindo a ter um crescendo, não só em popularidade como em maturidade musical. Este trabalho conta também com a presença de Rui Duarte (RAMP) e Marco Resende (The Fuzz Dogz, ex-Low Torque, ex-Stone Cold Lips) em alguns temas.
Bom, por onde começar a analisar “Seethe”? Talvez pelo próprio título; desde logo um verbo que pode ter um de dois significados, fica mais fácil de perceber qual representa pelas palavras de Sandra aquando do envio do comunicado à imprensa: “poderia muito bem ser considerado um álbum conceptual porque o tema principal das músicas é a raiva encoberta... dor silenciosa tornada poesia.”. Deixamos de lado os motivos para toda essa raiva e focamo-nos no resultado, um trabalho que a nível musical vem no seguimento lógico do percurso que a banda vem tendo até aqui. Na anterior análise a “Theory of Perception”, referi a evolução da sua sonoridade para algo mais pesado, mais musculado; essa característica mantém-se e refina-se com aprimoramento técnico, criando aqui algo que pode ser visto como referenciador do “estilo Blame Zeus”. É sempre complicado e, de certo modo, castrador aplicar rótulos mas estamos na presença de um som do tipo “rock meets groove meets prog”, aqui envolto numa aura mais negra (advém da própria conceptualidade do álbum) que não fica nada mal e espero que se mantenha, até porque se adequa aos elementos da banda pelo que representam em palco. Musicalmente é notório um trabalho mais cuidado ao nível da composição, algo que reflete a maturidade atingida pela banda. As guitarras continuam a ouvir-se fortes (por vezes sujas) mas continua a haver espaço para a guitarra electro-acústica (“White“); focando-me mais nesta faixa, é uma das minhas preferidas por toda a flutuação rítmica ao longo dos seus quase 5 minutos, variando de velocidade e peso, com breakdowns que lhe conferem dinâmica e alma. Acaba por ser também um pouco o exemplo de um ligeiro pendor para um prog mais pronunciado (“Into The Womb”), algo que se repete em mais momentos do álbum e que resulta muito bem. A maior novidade para este trabalho é, sem dúvida, o uso de voz masculina como segunda voz em 5 faixas do álbum; os convidados são 2 dos nomes mais conhecidos na cena Nacional e cujas vozes se enquadram bem na sonoridade dos Blame Zeus. Diz-se que “depois de visto não se pode deixar de ver” e isso aplica-se aqui, depois de ouvir estes duetos fico com a sensação que é possível incluir de forma permanente uma voz masculina na banda. Essa alteração até poderá não estar nos planos da banda mas a verdade é que o resultado está à vista.
Ponderei entre uma análise “música a música” para este trabalho, similar ao que fiz anteriormente, mas para evitar correr o risco de me tornar demasiado repetitivo optei por destacar apenas algumas. Isso pode levar a pensarem que apenas gostei dessas mas isso é falso, todo o álbum está bem estruturado, bem balanceado no que respeita à distribuição do peso e alinhamento das músicas e coeso quanto à sua dinâmica. Anteriormente referi que aos Blame Zeus só faltava o reconhecimento internacional, etapa essa já ultrapassada. Ao terceiro registo continuam a evoluir sem se descaracterizar, são um exemplo de que, com trabalho e dedicação, se pode ter [um pouco] o melhor de 2 mundos.
1- How To Successfully Implode - com voz de Marco Resende
2 - Déjà Vu - com voz de Marco Resende
3 - Down To Our Bones - com voz de Rui Duarte
4 - White - com voz de Marco Resende
5 - Bloodstained Hands - com voz de Marco Resende
6 - The Obsession Lullaby
7 - Into The Womb
8 - No
9 - The Warden
10 - The Crown And The Gun - com voz de Marco Resende
2 - Déjà Vu - com voz de Marco Resende
3 - Down To Our Bones - com voz de Rui Duarte
4 - White - com voz de Marco Resende
5 - Bloodstained Hands - com voz de Marco Resende
6 - The Obsession Lullaby
7 - Into The Womb
8 - No
9 - The Warden
10 - The Crown And The Gun - com voz de Marco Resende
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Next November 8th will finally bring to light "Seethe", Blame Zeus third album. In addition to being eagerly awaited by the band's fans, this record therefore sets a positive development, it is the first to be recorded under a contract with a young international label that has already presented us with good releases (regarding national music “Barros - More Humanity Please”, solo work by Paulo Barros, was edited by this publisher), the Italian Rockshots Records. In addition, “Seethe” allows us to see the direction of a band that has been growing, not only in popularity but also in musical maturity. This work also features the presence of Rui Duarte (RAMP) and Marco Resende (The Fuzz Dogz, former Low Torque, former Stone Cold Lips) in some themes.
Well, where to start analyzing "Seethe"? Maybe by the title itself; from the start a verb that can have one of two meanings, makes it easier to see what it means by Sandra's words when sending the press release: “It could very well be considered a conceptual album because the main theme of the songs is hidden anger. ... silent pain became poetry.” We set aside the reasons for all this anger and focus on the outcome, a work that comes musically in the logical follow-up of the course that the band has been taking so far. In the previous analysis of “Theory of Perception”, I mentioned the evolution of its loudness to something heavier, more muscular; this feature is maintained and refined with technical refinement, creating here something that can be seen as a reference to the “Blame Zeus style”. It is always complicated and, in a way, castrating to apply labels but we are in the presence of a sound like "rock meets groove meets prog", here wrapped in a darker aura (comes from the very concept of the album) that does not look bad and I hope it keeps that way, because it suits the elements of the band for what they represent on stage. Musically it is notorious a more careful work at the composition level, something that reflects the maturity reached by the band. Guitars are still loud (sometimes dirty) but there is still room for the electro-acoustic guitar (“White”); focusing more on this track, it's one of my favorites for all the rhythmic fluctuation over its almost 5 minutes, ranging in speed and weight, with breakdowns that give it dynamics and soul. It also turns out to be a bit of an example of a slight penchant for a more pronounced prog (“Into The Womb”), something that repeats itself in more moments on the album and works very well. The biggest news for this work is undoubtedly the use of male voice as a second voice in 5 album tracks; the guests are 2 of the most well-known names on the national scene and whose voices fit well with the Blame Zeus sound. It is said that “once seen cannot be unseen” and this applies here, after listening to these duets I get the feeling that it is possible to permanently include a male voice in the band. This change may not even be in the band's plans but the truth is that the result is in sight.
I considered a “music by music” analysis for this work, similar to what I did earlier, but to avoid the risk of becoming too repetitive I chose to highlight just a few. This may lead you to think that I just liked these but that is false, the whole album is well structured, well balanced with regard to the weight distribution and alignment of the songs and cohesive as to its dynamics. Earlier I mentioned that to Blame Zeus only lacked international recognition, a stage that is already over. At third record they continue to evolve without depriving of their characteristics, they are an example that with hard work and dedication one can have [a little] the best of both worlds.
1- How To Successfully Implode - with the voice of Marco Resende
2 - Déjà Vu - with the voice of Marco Resende
3 - Down To Our Bones - with the voice of Rui Duarte
4 - White - with the voice of Marco Resende
5 - Bloodstained Hands - with the voice of Marco Resende
6 - The Obsession Lullaby
7 - Into The Womb
8 - No
9 - The Warden
10 - The Crown And The Gun - with the voice of Marco Resende
2 - Déjà Vu - with the voice of Marco Resende
3 - Down To Our Bones - with the voice of Rui Duarte
4 - White - with the voice of Marco Resende
5 - Bloodstained Hands - with the voice of Marco Resende
6 - The Obsession Lullaby
7 - Into The Womb
8 - No
9 - The Warden
10 - The Crown And The Gun - with the voice of Marco Resende
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