Darkest Horizon - Aenigmata


O passado mês de Outubro trouxe-nos o lançamento do segundo longa-duração dos Alemães Darkest Horizon, “Aenigmata”. Este é um trabalho onde podemos apreciar o death metal melódico de características muito próprias praticado pela banda.

Já com quatro lançamentos e cerca de uma década de atividade, a banda Alemã conseguiu mostrar que consegue seguir uma linha coerente no seu género, ao mesmo tempo que mantém um equilíbrio entre peso e melodia. Com um profundo uso dos sintetizadores que garantem não só a vertente sinfónica das suas composições mas também um forte cunho épico, não se limitam ao seu uso desmesurado que poderia levar a músicas repetitivas mas antes misturam muito bem os elementos, ora dando destaque à sinfonia ora relegando-a para segundo plano, sempre numa lógica de equilíbrio peso/melodia. “Tempus Inversus” tem aquele ritmo semelhante a um galope que nos agarra de imediato, bem alicerçado nas duas guitarras que seguem a linha rítmica criada pela bateria e tudo isto envolvido pelos teclados que aqui assumem um segundo plano mas ainda assim capazes de marcar a sua presença, dando envolvência e preenchimento à música onde não falta também um solo bem elaborado. “Cryonics” eleva-se ao estatuto de música épica (talvez por isso tenha sido a escolhida para single de lançamento) onde se podem perceber influências de Children of Bodom ou Cradle of Filth, com uma forte componente progressiva e um peso arrebatador a par da complexidade sinfónica. “Elysium” é outra das faixas épicas com principal destaque para a vertente sinfónica e progressiva, onde também é audível uma maior complexidade musical. “The Spectral Hours” explora uma vertente mais gótica com uma composição melancólica e mais down-tempo, o que acaba por dar maior destaque à parte lírica.

Apesar de ter citado apenas algumas das 9 músicas que compõem o álbum, “Aenigmata” funciona como um todo onde todas elas ocupam o seu lugar. Por exemplo, aprecio o ritmo da dupla pedaleira mas tiveram o cuidado de não o usar em todas as faixas, caso contrário este trabalho poderia resultar numa linearidade fastidiosa. Apesar das variações de ritmo, velocidade ou estilo, conseguiram manter um fio condutor musical que não se deixou cair numa linearidade simplista. A par com alguns bons trabalhos no género (onde se incluem bandas Portuguesas) este “Aenigmata” posiciona-se como um dos melhores deste ano.

PS: enquanto escrevia este texto recebia a notícia de que Aurelius Lie já não é o vocalista banda, passando o lugar a ser ocupado por Enis Lorenz. Sendo a voz um dos pontos positivos deste trabalho resta ver como vai resultar esta nova fase da banda, num próximo registo.

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Last October brought us the release of “Aenigmata”, German Darkest Horizon second album. This is a work where we can appreciate the distinguished melodic death metal the band plays.

With four releases so far and nearly a decade of operation, the German band was able to show that it can follow a coherent line in its genre at the same time maintaining a balance between heaviness and melody. With an extensive use of the syncs that grants not only the symphonic approach in their compositions but also a strong epic mark, they don’t use them excessively which could lead to repetitive songs yet they blend the elements very well, sometimes highlighting the symphony others relegating it to the background, always bearing in mind a weight/melody balance. “Tempus Inversus” has that rhythm similar to a galloping that grabs us almost immediately, well supported on the two guitars that follow the drums rhythmic line and all of this wrapped by the keyboards that here assume a secondary position yet still able to define their presence, involving all and filling the music where also an elaborate guitar solo is not to be missed. “Cryonics” achieves a state of epic music (maybe that’s the reason why it was chosen for release single) where we can perceive influences from Children of Bodom or Cradle of Filth, with a strong progressive component and an overwhelming weight along with a symphonic complexity. “Elysium” is another of the epic tracks with bigger highlight to the symphonic and progressive approach, where is also listenable a major musical complexity. “The Spectral Hours” explores a more Gothic approach with a melancholic and more down-tempo composition, which ends up giving more focus to the lyrics.

Although I’ve only named some of the 9 songs that make the album, “Aenigmata” works as an all where all of them have their rightful place. For instance, I enjoy the double pedal rhythm mas they’ve managed to be careful not to use it in all tracks, otherwise this work would end up in a tedious linearity. Although the several variations in rhythm, speed or style, they’ve managed to keep a musical guideline that prevented not to slip into a simpler linearity. Along with some other good albums in this genre (where we can include several Portuguese bands) this “Aenigmata” positions itself as one the best releases for this year.

PS: while writing this text got word that Aurelius Lie is no longer Darkest Horizon vocalist, with the position being filled by Enis Lorenz. Being the vocals one of the positive aspects of this album let us see how this new phase will turn out for the band in a future record.

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