Dead Combo @ Cineteatro António Lamoso

Os Dead Combo continuam em digressão para o seu último trabalho “Odeon Hotel”; a sua mais recente paragem foi no passado sábado no Cineteatro António Lamoso, em S. M Feira.

Perante uma plateia esgotada apresentaram-se com uma formação de 5 elementos: Tó Trips (Guitarras) Pedro Gonçalves (Guitarras, Contrabaixo, Melódica) Alexandre Frazão (Bateria) Gui (Sopros, Teclas) e António Quintino (Contrabaixo). Notou-se a falta de Pedro Gonçalves (Tó não se cansou de lhe fazer referências), não pela falta de qualidade musical mas simplesmente pela sua presença ou não fosse ele um dos rostos a que associamos os Dead Combo. Ficam os votos de rápidas melhoras para ele para que em breve nós e todos os que apreciam a banda possamos rever-nos num qualquer concerto.

O concerto começou ao som de um grande aplauso com a subida dos músicos ao palco, continuando depois com o alinhamento inicial do álbum ao ritmo de “Deus Me Dê Grana” seguida de “Mr And Mrs Eleven”. Esta alternância entre o som que emanava do palco e a resposta da plateia tornou-se uma constante ao longo da noite, fruto da relação simbiótica resultante da qualidade musical dos Dead Combo que facilmente cria laços com quem os escuta, independentemente de ser a primeira ou a enésima vez que a ouvem. A par do óbvio destaque para “Odeon Hotel”, de onde retiraram 8 das 13 faixas que o compõem para apresentarem nesta noite (uma das ausentes foi “I Know, I Alone” que no álbum é cantada por Mark Lanegan; seria a cereja no topo do bolo se tivesse atuado aqui como o fez em Agosto passado), o set completou-se com uma viagem que nos levou a 2004 (“Vol. 1”) para ouvir “Rumbero” e “Eléctrica Cadente”, passando por 2006 (“Quando a Alma Não é Pequena”) com “Rodada”, 2008 (“Lusitânia Playboys”) para uma primeira dedicatória aos presentes com “Cuba 1970” e 2011 (“Lisboa Mulata”) com “Esse Olhar Que Era Só Teu”, entre outras. Este formato de banda permite uma maior projecção de toda a qualidade musical dos seus executantes (várias foram as vezes em que Pedro, Gui e António trocaram de instrumentos sem que isso resultasse num decréscimo qualitativo) e também algumas brincadeiras em palco (em 2 músicas foram bem visíveis as “baquetas voadoras” de Alexandre). Com a sua simplicidade genuína conhecida de todos, Tó ia a espaços dirigindo algumas palavras ao público em que a frase mais usada foi sem dúvida “Obrigado”. Um dos pontos altos da noite foi o tema “A Menina Dança” que mais fez mexer os presentes, bem como o final ao som de “Theo’s Walking” que arrebatou uma estrondosa ovação de pé. Após um ligeiro interregno (sempre ao som de palmas), regressam para um encore com “Miúdas e Motas” e fecham uma grande noite musical com “Lisboa Mulata”.

Os Dead Combo são uma daquelas bandas que, por muitos concertos que assistamos, nunca cansam. Para além de tornarem cada experiência musical única, o facto de se apresentarem em formatos diferentes contribui em muito para esse refrescar. Foi bom regressar a uma casa que já não visitava há alguns anos e poder verificar o belíssimo estado em que se encontra depois da remodelação; um espaço bem estruturado, com uma acústica fantástica e excelentes condições para eventos do género. Resta-me apenas agradecer a oportunidade dada, à Câmara Municipal de S. M. Feira, à excelente equipa que nos acolheu e providenciou para que tudo corresse pelo melhor: João, Telma, Mónica Leite, Marta Bernardes e restantes que não sei os nomes. Um grande bem haja para todos pela simpatia.

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Dead Combo are still on tour with their latest work “Odeon Hotel”; the most recent show took place last Saturday at Cineteatro António Lamoso, in S. M Feira.

Before a sold out venue they presented themselves with 5 elements: Tó Trips (Guitars) Pedro Gonçalves (Guitars, Double Bass, Key Harmonica) Alexandre Frazão (Drums) Gui (Wind Instruments, Keyboards) e António Quintino (Double Bass). Pedro Gonçalves absence was noticed (Tó repeatedly referred to him), not due to the lack of musical quality but simply for his presence or wasn’t he one of the faces we associate Dead Combo to. We hope for a fast recovery so that soon we and all that love the band could see each others again at a future gig.

The show started under a great round of applause while the musicians got on stage, continuing afterwards with the album’s alignment at the sound of “Deus Me Dê Grana” followed by “Mr And Mrs Eleven”. This alternation between the sound coming from the stage and the audience's response became a constant throughout the entire night, an outcome of the symbiotic relation resulting from Dead Combo’s musical quality that easily creates bonds with the ones listening to them, no matter if it’s the first or the umpteenth time they do it. Besides the obvious highlight for “Odeon Hotel”, from where they played 8 out of the 13 tracks in it (one of the absences was “I Know, I Alone” sang by Mark Lanegan in the album; it would be the cherry on top if he could have appeared here as he did last August), the setlist got completed with a trip that took us to 2004 (“Vol. 1”) to listen to “Rumbero” and “Eléctrica Cadente”, passing by 2006 (“Quando a Alma Não é Pequena”) with “Rodada”, 2008 (“Lusitânia Playboys”) for a first song dedicated to the ones attending with “Cuba 1970” and 2011 (“Lisboa Mulata”) with “Esse Olhar Que Era Só Teu”, among others. This band format enables a bigger projection of all the members musical quality (several were the times that Pedro, Gui and António swapped instruments without resulting in quality decreasing) and also some frolics on stage (in 2 songs were perfectly noticeable Alexandre “flying drumsticks”). With its genuine simplicity known by all, at time Tó was saying a few words to the crowd in which the most used phrase was undoubtedly “Thank you”. One of the highlights was the song “A Menina Dança” that made all the attendance to shake as well as the great finale at the sound of “Theo’s Walking” that allured a tremendous standing ovation. After a short break (always with the sound of clapping) the band returned for an encore with “Miúdas e Motas” and ended a great musical night with “Lisboa Mulata”.

Dead Combo are one of those bands that, no matter how many concerts we attend, they never get boring. Besides turning each gig an unique experience, the fact that they present themselves in different formats contributes a lot for that refreshment. It was good returning to a venue I haven’t visited for some years now and be able to see the beautiful state she is now after the remodeling; a space well structured, with an amazing acoustic and excellent conditions for events such as this. I just wish to thank the given opportunity, to S. M. Feira City Hall, the excellent team that welcomed us and provided everything went for the best: João, Telma, Mónica Leite, Marta Bernardes and others I don’t know the name. A big thank you all for the friendliness.

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