Um dos mais conceituados guitarristas da atualidade prepara-se para lançar o seu nono álbum de estúdio, “Sonic Blues Preachers”. Gwyn Ashton na voz e slide-guitar e John Freeman (ex Fraternity) na bateria são o duo de evangelizadores que nos trazem uma viagem pelo rock/blues em algumas das suas variadas vertentes.
A história de Gwyn fala por si, com projectos em colaboração com grandes nomes dos Deep Purple, Fabulous Thunderbirds, a banda de Robert Plant e muitos outros; só por isso o risco de nos depararmos com um novo excelente trabalho é alto, além de que Gwyn não é músico para relaxar à sombra dos louros e por isso presenteia-nos com uma chapada musical que não deixa ninguém indiferente. O álbum arranca forte ao som de “She’s What I Like”, puro rock n’ roll arrebatador onde aqueles graves da guitarra nos fazem vibrar enquanto que o solo agudo em combinação com a bateria fazem o coração pulsar de emoção. “Candy Store” é uma música sensual ao ritmo sleezy blues, daquelas que nos fazem fechar os olhos e deixar-nos levar pelo ritmo sujo da guitarra; solo apelativo e uma bateria “apenas” a marcar ritmo transformam a simplicidade musical numa droga para a alma (estilo Keith Richards). “Fool In Your Life” começa com a característica técnica slide de Gwyn numa música que tem muita inspiração no southern rock dos anos 80, com muito groove e swing. “Soul For Sale” é um southern blues que se reveste de sentimento num lirismo adequado ao estilo; esse estilo sulista passa para “The Old Fool”, aqui com toque de Mississippi blues a roçar o country mas que ao mesmo tempo apresenta-se como tendo uma alma própria, ou seja, mesmo baseando-se num sub género que já de si tem uma essência única consegue ainda assim criar a sua ambiência. “Take Yourself Away” é a maior música do álbum, uma faixa de bluesy rock n’ roll com um ritmo mais comercial, a fazer lembrar os clássicos de Chuck Berry. “If I Don’t Feel It” é uma faixa com mais peso, um rock mais musculado e ritmado com muito groove e uns ganchos arrebatadores e com uma mensagem muito simples mas exemplificativa do que é a música de Gwyn. “She’s Lost Her Power” trás o funky para este trabalho, música quente com linha de baixo bem audível e destacado, como deve de ser. O álbum termina ao som de “Waiting Game”, blues com sentimento e quase que acústico, onde praticamente é Gwyn e a sua guitarra a despejarem emoção musical, com John a manter o ritmo.
Mais do que mestria na execução, os blues são sentimentos passados do músico para o ouvinte, mas se for possível aliar ambos então o deleite é total. “Sonic Blues Preachers” é o resultado esperado da junção de 2 grandes músicos que se entregam em pleno aos seus projectos, é como que um passeio pela sonoridade rock/blues nos mais variados estados de espírito. Para quem segue o trabalho deste guitarrista é mais uma aquisição obrigatória; para quem não conhece, bom, para além de aquisição obrigatória podem aproveitar e ouvir ao vivo no dia 18 de Maio, na Concha Acústica do Palácio de Cristal, a atuação inserida na 3ª edição do Porto Blues Fest.
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One of the most respected contemporaneous guitarists is getting ready to release its ninth studio album, “Sonic Blues Preachers”. Gwyn Ashton in the voice and slide-guitar and John Freeman (ex Fraternity) in the drums are the evangelizing duo that bring us a trip through rock/blues in some of it various slopes.
Gwyn’s history speaks for itself with projects in collaboration with greats names such as Deep Purple, Fabulous Thunderbirds, Robert Plant’s band and many other more; just for that the risk of facing a new excellent album is high, in addition Gwyn is not the kind of musician to relax at given credits and for that presents us with a musical slap that leaves no one indifferent. The album starts strong at the sound of “She’s What I Like”, pure overwhelming rock n’ roll where those low grave guitar sounds make us rattle while the acute ones combined with the drums make our hearts beat in excitement. “Candy Store” is a sensual song with a sleazy blues rhythm, the kind of the one’s that make us close our eyes and takes us with the dirty sound of the guitar; catching solo and drums “simply” marking rhythm transform the musical simplicity in a drug for the soul (Keith Richards style). “Fool in Your Life” starts with Gwyn’s characteristic slide technique in a song that gets inspired a lot from the 80’s southern rock, with lots of groove and swing. “Soul For Sale” is a southern blues that covers itself with feeling in a lyricism fitted for the genre; this southern style passes on to “The Old Fool”, here with a touch of Mississippi blues which borders country but at the same time presents itself with an unique soul, in other words, even basing itself in a sub genre which already has an unique essence it can create its own atmosphere. “Take Yourself Away” is the album’s biggest song, a bluesy rock n’ roll track with a more commercial rhythm approach, reminding Chuck Berry’s classics. “If I Don’t Feel It” is a more heavier song, a muscled rhythmic rock with a lot of groove and killer riffs and some simple yet very explanatory message of what Gwyn’s music is. “She’s Lost Her Power” brings the funky to this work, a worm song with a bass line well listenable and highlighted, as it should be. The album ends at the sound of “Waiting Game”, blues with feeling and almost acoustic, where nearly is Gwyn and his guitar pouring musical emotion with John keeping the rhythm.
More than mastery in performance, blues are feelings passed from the musician to the listener but if it’s possible to have both it’s a total delight. “Sonic Blues Preachers” it’s what we could expect from combination of 2 great musicians that fully commit to their projects, it’s like a walk through rock/blues sonority in its various states of mind. For those who follow the work of this guitarist it’s a must have work; for those who don’t well, besides mandatory to have you can take the opportunity to listen to him live on May 18th at Palácio de Cristal Acoustic Shell, a part of Porto Blues Fest 3rd edition.
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