O processo de criação/composição de um álbum é sempre um período desgastante onde todos os membros da banda depositam toda a sua energia para que tudo saia conforme desejado. Que o digam os Lisboetas Reverent Tales que após pouco mais de 2 anos de dedicação apresentaram no passado mês de Março o álbum de estreia “Visceral”. Aliás, o processo de criação foi de tal forma intenso que o título deve ter sido a coisa mais fácil de decidir...
De uma forma geral podemos definir o som dos Reverant Tales como progressivo, ligeiramente alternativo. É possível também perceber que os gostos pessoais e percursos musicais dos membros da banda estão presentes nas composições. Existe uma certa linearidade nas músicas com uma maior predominância para um ritmo down tempo (por vezes ligeiramente mais rápido), onde a vocalização de Raquel Nunes também sofre alternância entre a gutural e limpa. Ainda assim há aspectos a destacar em algumas faixas: o toque de sintetizador no início de “Era Of Witches” que antecede um riff que, por momentos, nos transporta para aquela fase mais gótica dos anos 80; “Vision Of Carnage” é uma faixa mais negra, voltada para uma sonoridade “dark wave”, onde até a vocalização é apenas gutural; “A Strange Revelation” arranca ao som do piano, sendo depois levada pela guitarra a entrar por caminhos mais pesados (mais perto do final ganha ritmo mais up tempo); “Blackened Slumber” é a minha faixa preferida, quase toda ela numa toada mais up tempo e maioritariamente cantada em voz limpa, com bom solo e melodicamente bem estruturada.
“Visceral” é um bom trabalho de estreia, coeso e musicalmente bem estruturado, com bons ganchos e sem grandes flutuações ao nível do ritmo e velocidade. A voz de Raquel Nunes enquadra-se muito bem na sonoridade da banda, quer ao nível de limpo que em gutural; ainda assim, gosto muito do timbre da voz limpa e gostaria de a ver mais explorada, talvez quem sabe com a inclusão de uma voz masculina (apenas uma opinião pessoal que em nada altera a qualidade deste trabalho). Por vezes há trabalhos de estúdio que resultam muito bem, não se refletindo ao vivo essas qualidade. Aqui não é o caso pois já tive o prazer de os ver ao vivo, só me resta assim esperar por nova oportunidade. Para quem não viu, recomendam-se!
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The process of creating/composing an album is always an exhausting period where all members of the band deposit all their energy so that everything goes as desired. Let the Lisbon based band Reverent Tales say that after a little more than 2 years of dedication they presented last March the debut album “Visceral”. In fact, the creation process was so intense that the title must have been the easiest thing to decide …
In general, we can define Reverant Tales’ sound as progressive, slightly alternative. It is also possible to notice that the personal tastes and musical paths of the band members are present in the compositions. There is a certain linearity in the songs with a greater predominance for a down tempo rhythm (sometimes slightly faster), where Raquel Nunes' vocalization also suffers alternation between the guttural and clean. Even so, there are aspects to highlight in some tracks: the synthesizer touch at the beginning of “Era Of Witches” that precedes a riff that, for a moment, transports us to that more Gothic phase of the 80s; "Vision Of Carnage" is a darker track, focused on a "dark wave" sound, where even the vocalization is only guttural; “A Strange Revelation” starts with the sound of the piano, and is then taken by the guitar to enter heavier paths (closer to the end it gains more a more up tempo pace); "Blackened Slumber" is my favorite track, almost all of it in a more up tempo pace and mostly sung in a clean voice, with good solo and melodically well structured.
“Visceral” is a good debut work, cohesive and musically well structured, with good hooks and no major fluctuations in terms of rhythm and speed. Raquel Nunes' voice fits very well in the band's sound, both in terms of clean and guttural; even so, I really like the timbre of the clean voice and would like to see it more explored, perhaps with the inclusion of a male voice (just a personal opinion that in no way alters the quality of this work). Sometimes there are studio works that work very well, with qualities not always reflected in live appearances. This is not the case here as I have already had the pleasure of seeing them live, so I can only wait for another opportunity. For those who have not seen, I recommend them!
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