[In Mute] - Gea

Conhecidos pelas suas enérgicas actuações ao vivo e pelo metal extremo que praticam, os Espanhóis [In Mute] lançaram a 24 de Março o seu novo trabalho intitulado “Gea”, composto por nove temas originais e uma cover dos Metallica para o tema “Damage.Inc”.

Pegando no tema do álbum, "Gea" (também conhecida como Gaia) era a divindade que na Antiga Grécia representava a Terra como símbolo materno. Sem me parecer um completo álbum conceptual, atendendo à ideia da Terra e de toda a iconografia presente na arte-de-capa, o álbum acaba por retratar a destruição a que a Terra está sujeita às mãos da Humanidade, noção reforçada pelas faixas da trilogia “Gea’s Defense”. Acho a ideia bem aproveitada, é pena que não tenham mantido essa coesão em termos de narrativa por todo o álbum; mas esta é apenas a minha opinião pessoal, em nada retirando do valor do mesmo.

Musicalmente estamos na presença de um trabalho essencialmente focado no melodeath com uma sonoridade extrema, muito por força da portentosa voz de Steffi e de uma bateria que chega a ser demolidora em alguns momentos. No sentido oposto temos a faixa inicial “We Die Together” que, apenas recorrendo às cordas, cria um ambiente de requintes épicos para a sequência que se segue. “Barefoot” combina uma barragem demolidora da percussão com guitarras em “ritmo” progressivo, ali pelo meio a roçarem o black ambiente, voltando depois ao progressivo com um belíssimo solo. “Human Obsolence” apresenta-se com uma toada mais progressiva com escalas mais complexas e uma estrutura musical elaborada e com alguns breakdowns; “Dance of Destruction” tem um ritmo mais thrash intercalado com uma técnica que vai buscar elementos ao mathcore, criando nova faixa tecnicamente complexa que tem depois alguma continuidade em “Your Bane”. O álbum termina então com a muito bem conseguida cover para “Damage.Inc” dos Metallica, mantendo a essência do original com o peso dos [In Mute].

“Gea” é um dos grandes lançamentos do ano ao nível do metal extremo, mesmo que eu fique com a sensação que a banda poderia ter tornado este álbum num épico… apesar disso, para os fãs de death metal técnico é um álbum de escuta obrigatória e um garante de que podem fazer ainda melhor no futuro.

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Known by their energetic live act and extreme metal sonority, Spanish [In Mute] released last March 24th their latest work “Gea” which has nine new original tracks and a cover version for Metallica’s “Damage.Inc”.

Picking up in the album title “Gea” (aka Gaia) was an Ancient Greece deity that represented Earth as a mother symbol. Although to me this album isn’t entirely conceptual, looking at the cover artwork and all its iconography, the album speaks the destruction that Earth is exposed to the hands of Humanity, notion emphasized by “Gea’s Defense” trilogy tracks. I believe the idea is well used, I just think it’s too bad the band didn’t kept that storytelling cohesion throughout the entire album; but this is just my opinion, it does not retract in terms of its value.

Musically speaking we are in the presence of a work essentially focused in melodeath with an extreme sonority, mainly because of Steffi’s portentous voice and drums that sometimes turn out to be demolishing. On the opposite direction we have the initial track “We Die Together” that, using only strings, creates ambiance of epic contours for the following sequence. “Barefoot” combines a demolishing drum barrage with progressive “paced” guitars, somewhere in the middle bordering black ambiance, returning afterwards to progressive with a beautiful solo. “Human Obsolence” uses a more progressive approach with complex scales and a more elaborate structure and with some breakdowns; “Dance of Destruction” is more thrash mixed with a technique that fetches elements form mathcore, creating another technical and complex track that still has some continuity in “Your Bane”. The album ends with a well conceived cover for Metallica’s “Damage.Inc” maintaining the essence of the original with [In Mute]’s weight.

“Gea” so far is one of the year’s best releases in terms of extreme metal even if I have the feeling that the band could have made this an epic album… nevertheless, it’s a mandatory album for all fans of technical death metal and a certainty that they can do better in the future.

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