Mercic - Mercic 4


O projecto de rock industrial de estúdio Mercic lançou o seu quarto registo (terceiro longa duração), “Mercic 4”. Composto por 10 temas, pega onde o anterior “Mercic 3” ficou começando com “Who The Fuck Are They To Judge Us?”, faixa que ao ritmo da electrónica nos mostra guitarras e lirismo agressivos. Aliás, a parte lírica é uma das imagens de marca deste projeto, usando de simplicidade nas palavras que resulta em ações diretas de revolta e indignação. De pendor marcadamente industrial, o uso de instrumentos que não fazem parte desse universo a par com arranjos desprovidos da mesma lógica fazem com que as faixas deste trabalho variem em tempo e ambiência; essa ambivalência faz com que a audição deste trabalho não soe cansativa sem contudo perder uma lógica sonora. “Humanimals” é um tema que fala da opressão onde se destaca o uso da guitarra Portuguesa, cujo canto triste contrasta bem com a agressividade do industrial. “Got To Get Back Where It Belongs” assenta em guitarras que parecem chorar, ficando o triste cenário completo com o sintetizador no fundo. Esse ambiente tem continuidade em “A Lousy Thing To Forget About”, desta feita numa toada mais doom/industrial com riffs lentos e arrastados tendo ali pelo meio um taciturno momento. A ansiedade é um sentimento que afeta a todos e ao qual reagimos de forma diferente, levando-nos por vezes a outros estados que nos consomem por dentro. A melhor receita para ela é mesmo relaxar, como muito bem retratado pela guitarra Portuguesa e piano em “14 to 3 = 1”. Com uma toada mais electrónica “Make Our Mark” apresenta uma engraça combinação de breakdowns com guitarra Portuguesa, criando assim algum destaque numa faixa que de outro modo se poderia perder neste trabalho. O álbum termina com a mesma agressividade com que começou, ao som de “They Never Want To Be Less Than Us”.

“Mercic 4” surge como um acumular de influências do seu autor ao mesmo tempo que desempenha um papel catártico do que o rodeia. Este tipo de trabalhos podem não apelar de forma direta ao ouvinte casual mas têm um papel importante na desconstrução de mitos e barreiras no underground, ao mesmo tempo que se apresentam de forma simples e desprovidos de ornatos.

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Industrial rock studio project Mercic has released its fourth record (third long play), “Mercic 4”. With 10 tracks it takes where previous “Mercic 3” left starting with “Who The Fuck Are They To Judge Us?”, track that at the pace of electronic rhythm shows us aggressive guitars and lyrics. In fact, the lyrical part is one of this project trademarks, using simplicity in words that end up showing direct actions of revolt and anger. Mainly with industrial pace, the use of instruments that aren’t a part of that universe along with arrangements striped of the same logic make the tracks in this work vary in pace and ambiance; that ambivalence makes it less tiring listening to this work yet without losing a logical sonority. “Humanimals” is a song that speaks about oppression where we can highlight the use of Portuguese guitar whose sad tune contrasts well with industrial aggressiveness. “Got To Get Back Where It Belongs” is based in guitars that seem to cry, with the sad scenario being complete with the synth in the back. That atmosphere as a continuity in “A Lousy Thing To Forget About”, this time in a more doom/industrial pace with slow and slur riffs having somewhere in between a sullen moment. Anxiety is a feeling that affects us all and to which we react differently, sometimes taking us to other states of mind that consume us on the inside. The best recipe for it is to relax was well portrayed by the Portuguese guitar and piano on “14 to 3 = 1”. With a more electronic pace “Make Our Mark” presents us a funny combination of breakdowns with Portuguese guitar, thus creating some highlight in a track that otherwise could get lost in this work. The album ends with the same aggressiveness as it started, at the sound of “They Never Want To Be Less Than Us”.

“Mercic 4” appears as gathering of influences of its author at the same time it has a cathartic role of what surrounds him. These kind of works may not be so direct appealing to the casual listener but have an important role in deconstructing myths and barriers on the underground, at the same time presenting themselves in a simple way and props deprived.

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