North Music Festival 2018


Com um ligeiro atraso foi dado o arranque para a edição de 2018 do North Music Festival, evento que decorreu na Alfândega do Porto entre os dias 25 e 26 de Maio. Para além da oferta musical o evento incluía outros pontos de interesse como provas de vinhos e jogos, tendo como objetivo alargar o espectro de visitantes e posicionar-se assim como uma alternativa nas ofertas que animam Portugal de Norte a Sul.

Os Da Chick Foxy Band subiram ao palco para o arranque desta edição perante uma plateia ainda reduzida (final de dia de trabalho) mas que durante a atuação se foi compondo. Com uma atuação que parecia um misto de Sara Tavares com James Brown, o soul/funk que estes Lisboetas trouxeram ao Porto não foi suficiente para puxar pela maioria da plateia, mesmo com Teresa de Sousa a apelar ao “espírito rockeiro” dos presentes. Quem não precisa de muito para pôr toda a gente a mexer são os Linda Martini. Aquela que é provavelmente o expoente máximo contemporâneo do rock alternativo Nacional deu [mais] um grande concerto com temas retirados dos seus vários trabalhos, como por exempo “Mulher a Dias”, "100 Metros Sereia" ou "Se Me Agiganto". Uma das bandas mais aguardadas da noite eram os Alemães Guano Apes que incluíram Portugal na rota da sua “Proud Like a God XX”, tournée que marca o vigésimo aniversário do lançamento desse mesmo álbum. Quem também estava de parabéns era Sandra que mal terminou a primeira música foi brindada pelo público que em coro lhe cantou os parabéns e lhe arrancou o primeiro rasgado sorriso. Fãs confessos de Portugal e do seu povo presentearam o público com temas icónicos como “Open Your Eyes” ou “You Can’t Stop Me”, a cover para o tema de Eminem “Lose Yourself” e um encore de arrebentar com "Lords Of The Boards" e nova cover, desta vez para o tema “Big In Japan” dos Alphaville. Para encerrar, subiu ao palco uma das mais loucas (no bom sentido) bandas, os multiculturais Gogol Bordello. Com um novo trabalho “Seekers & Finders” lançado recentemente, era óbvio um maior destaque a este registo mas houve também tempo para pôr toda a gente a mexer ao som de “Wonderlust King” ou “Start Wearing Purple”. Aliás, com uma mistura explosiva de samba, punk, rock, música cigana e demais sonoridades que caracterizam o seu som acompanhados de muita cerveja e vinho, ninguém consegue ficar parado transformando a imensa moldura humana presente num perpétuo e inebriante corrupio dançante.

O post-rock dos Leirienses First Breath After Coma abriu o segundo dia do evento. Mais soalheiro que o anterior e talvez por isso mais apetecível para refrescos e sombras, ainda assim os já presentes no recinto tiveram oportunidade de escutar uma banda que deixou de ser uma revelação para passar a uma certeza no seu género. Quem também era esperado pela já mais bem composta audiência era Slow J, de regresso à Invicta depois do concerto no Hard Club. Com um misto de rap, slow e afrobeat foi espalhando a sua magia e deixando a sua mensagem por entre palavras de índole social. Os Mão Morta vieram ao North Music Festival celebrar o 25º aniversário de “Mutantes S.21”, considerado um dos melhores álbuns nacionais da década de 90. Adolfo frisou o facto de muitos dos presentes ainda não terem nascido aquando do lançamento do álbum e, só para “modernizar a coisa”, … tocou outros mais antigos. Antes de tocar o último tema referiu que o álbum só tinha 9 músicas num total de 40 minutos, por isso estava-se a acabar o repertório para esta noite. E assim foi, com Adolfo a terminar estendido no palco e a ser levado em ombros pelos seus companheiros. Final algo inesperado para um concerto que se previa fosse maior… Apesar da qualidade das bandas que tocaram previamente a maior afluência de público esperava-se para os Britânicos The Prodigy. Abro aqui um parêntesis para referir que, ainda durante o concerto dos Mão Morta, toda a imprensa recebeu um comunicado com um balanço do festival e a confirmação da maior enchente no segundo dia com 15 mil pessoas, tendo no total o evento registado a afluência de 25 mil. Voltando aos The Prodigy, este regresso da banda a Portugal ficou marcado pelo pedido de reforço da segurança policial por parte da banda, algo que acaba por não fazer muito sentido. Felizmente nada aconteceu para além da loucura exfusiante expressa na reação do público que saltou e vibrou do princípio ao fim do concerto, acompanhando a banda nas músicas mais icónicas como “Firestarter”, “Breed” ou “Smack My Bitch Up”, tema que encerrou a atuação antes do regresso para um encore explosivo com “No Good Start The Dance”, “Their Law” e “Take Me To The Hospital” (esperemos que não tenham levado esta muito a sério!).

Esta segunda edição do North Music Festival mostrou que está no bom caminho com um cartaz que, apesar de mais voltado para a electrónica, revelou-se variado e abrangente. Nem tudo foi bom, há pormenores a rever como as questões das casas-de-banho e das senhas para as bebidas, situações a que a organização esteve atenta e foi gerindo da melhor forma, dando a entender que para o ano correrá certamente melhor. Este festival posiciona-se como o evento de abertura da “época festivaleira” em Portugal, podendo daí obter bons dividendos. Resta-nos apenas agradecer à Vibes & Beats pela oportunidade, mais concretamente à Sandra Olim pelo acompanhamento e facilidades oferecidas; até ao próximo ano!

Mais fotos aqui.

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With a slight delay North Music Festival 2018 kick start has been given, event that took place at Alfândega do Porto on the 25th and 26th of May. Besides the musical offer the event included other points of interest such as wine proofs and games as a mean of widening the number of visitors and thus positioning has an alternative event among the offers that liven up Portugal North to South.

Da Chick Foxy Band got on stage to get this event started before a small audience (end of a working day) but kept rising along with the gig. With a performance that looked like a mixture of Sara Tavares with James Brown the soul/funk this Lisbon’s band brought to Oporto wasn’t enough to cheer up most of the audience even with Teresa de Sousa appealing to their “rock spirit”. Those who don’t need much to shake things up are Linda Martini. The band that is probably the maximum exponent in contemporary alternative Portuguese rock gave [another] great gig with songs taken from several of their releases, such as “Mulher a Dias”, "100 Metros Sereia" or "Se Me Agiganto". One of the most expected bands was German Guano Apes that included Portugal in their “Proud Like a God XX” tour that marks the twentieth anniversary of that album release. Who was also celebrating was Sandra that as soon as she finished the first song was bestowed by the entire audience singing happy birthday and with that yanking her first big smile. Avowed fans of Portugal and its people gave the crowd some iconic songs such as “Open Your Eyes” or “You Can’t Stop Me” (although with some minor arrangements), a cover for Eminem’ song “Lose Yourself” and a bursting encore with "Lords Of The Boards" and another cover this time for Alphaville’s “Big In Japan”. For closing, one of the craziest (in a good way) live bands got on stage, multicultural Gogol Bordello. With the new work “Seekers & Finders” recently released it was obvious the band would focus more on this but there was also time to put everybody shaking at the sound of “Wonderlust King” or “Start Wearing Purple”. In fact, with an explosive mix of samba, punk, rock, gypsy music and further genres that create their sonority accompanied with lots of beer and wine, no one can stand still transforming that huge human frame attending in a perpetuous and intoxicating dancing roller coaster.

Post rock from Leiria’s based band First Breath After Coma opened the second day of the event. Sunnier than the previous and probably because of that more desirable for refreshments and shades, even so the ones already attending had the opportunity to listen to a band that passed from revelation to a certainty in its genre. Who was already highly expected by the by now well-composed audience was Slow J, back to Invicta after the gig at Hard Club. with a mixture of rap, slow and afrobeat we was spreading his magic and leaving his message between lyrics of social nature. Mão Morta came to North Music Festival to celebrate “Mutantes S.21” 25th anniversary, considered one of the best Portuguese albums from the nineties. Adolfo stated the fact that most of the ones attending weren’t born at the time of the release so because of that and to “make things a bit more modern”... they played even older songs. Before playing the last song taken from the album he mentioned that the album had only 9 songs in a total on nearly 40 minutes, so the repertoire for the evening was almost over. And so it was, with Adolfo ending lying on the floor and carried out of the stage by his companions. An unexpected ending of a gig that was expected to be bigger… Although the quality of the previous bands the biggest affluence was expected for Brits The Prodigy. As an aside, during Mão Morta’s gig all the press received a statement with an overview of the festival and a confirmation of the biggest swarm during the second day with 15 thousand people, with a total of 25 thousand in both days. Back again to The Prodigy, this return to Portugal was marked by the band’s request for an increase in police security, something that doesn’t make any sense. Fortunately nothing happened besides the effusive craziness manifested in the crowd reaction that jumped and cheered throughout the entire concert, accompanying the band in the band’s hits such as “Firestarter”, “Breed” or “Smack My Bitch Up”, song that ended the gig prior to the comeback for an explosive encore with “No Good Start The Dance”, “Their Law” and “Take Me To The Hospital” (I hope they haven’t taken this too seriously!).

This North Music Festival second edition proved to be on the right track with a poster that, although more focused in electronic music, turned out to be diversified and wide-ranged. Not all was good, there are things to be resolved such as bathrooms related and ticketing system for the drinks, issues to whom the organization was aware and managed accordingly, giving the impression that next year things will be better. This festival places himself as the opening festival of Portuguese “festival season” and with that may achieve good dividends. We just wish to thank Vibes & Beats for the opportunity given, more specifically to Sandra Olim for the follow-up and facilities given; until next year!

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