Talking with Paco Ventura about Black Moon


Existem estes grandes músicos que conseguem estar sempre rodeados por outros grandes músicos e são capazes de criar obras de arte. Um desses músicos é o guitarrista Espanhol Paco Ventura, que foi capaz de reunir alguns dos melhores guitarristas e cantores de rock/hard rock num ambicioso projecto intitulado “Black Moon”. Escusado será dizer que tinha de falar com ele para saber mais acerca desta “reunião de estrelas”.

Davi: Olá Paco, obrigado por aceitares o meu convite para falarmos sobre Black Moon.
Paco: Olá, é um prazer estar aqui a falar contigo.

D: Lançamentos a solo, Medina Azahara e agora Black Moon. Quão difícil é gerir tudo isto?
P: A verdade é que isto não é complicado poderes criar vários projectos ao mesmo tempo quando dedicas todo o teu tempo à tua vida e à tua música. Para mim, compor forma parte da minha maneira de viver, é algo que eu necessito para poder sentir-me bem; ao fazer uma ou outra canção já sei a qual dos meus projectos musicais vai ser dirigida. Umas vezes é uma canção ideal para Medina Azahara, noutras não; assim que volto para outros dos meus projectos (neste caso Black Moon foi abastecido em abundância com muitas dessas canções), dou-me por feliz por ter feito grandes escolhas. Ao fazer parte de uma banda tão prolífica e trabalhadora como Medina Azahara é normal que seja complicado colocar em primeiro lugar outros projectos por questões de agenda, mas certamente que poderíamos realizar alguns concertos.

D: Quando te surgiu esta ideia de “álbum internacional”?
P: Tinha em mente entrar no estúdio de gravação e fazer outro cd instrumental para minha carreira como solista mas mudei de ideias de forma casual e estou muito contente em que as coisas tenham seguido este rumo. Tivemos a oportunidade de assistir um grande festival em Madrid (o nosso baterista Tini Fernandez e eu) em que tocavam os Europe, Whitesnake e Def Leppard. Desfrutei tanto nesse concerto que senti desde logo a obrigação de fazer um homenagem a essas bandas que tanto nos influenciaram musicalmente e decidi que era o momento de fazer um álbum de hard rock com esse som clássico que tanto gostamos, mas com todos os grandes meios para fazer uma gravação adequada aos tempos em que vivemos. O resultado foi o nosso cd "Black Moon" ter sido acolhido por fãs e por média e ser eleito cd do ano, melhor capa, melhor guitarrista, banda revelação do ano e um longo etc. de prémios; estamos muito orgulhosos em termos tomado essa decisão. Todo esse destaque para poder obter esse sucesso internacional foi em parte fruto do resultado do trabalho e das colaborações tão incríveis com que contamos.

D: Todos os vossos convidados provêm de diversos estilos na cena rock. Escreveram as canções “para eles” ou escolheram-nos depois?
P: É normal que se pense assim visto a escolha das canções para cada um ter sido a mais acertada, mas na verdade as músicas estavam já finalizadas quando começámos a ter as colaborações no cd e não fazíamos a mínima ideia que chegaríamos a este incrível nível de colaboração. Já com as músicas finalizadas o Tini começou a ultimar contactos para possíveis colaborações no cd. O primeiro nome foi Bruce Kulick e depois vieram os restantes. Fez um solo incrível e vários vídeos num estúdio de Los Angeles e ainda um vídeo de agradecimento para mostrar o seu apoio ao projecto; depois veio a vez de Roland Grapow, Joe Lynn Turner, John Norum, Patrick Rondat, Goran Edman, Carlos Marin, Fabio Lione e finalmente, quase a terminar, Kiko Loureiro. Cada um deles toca um rock próprio mas quando os ouves juntos no cd parece que estavam destinados a tocarem juntos e, é claro, sentimos-nos orgulhosos de o ter tornado possível.

D: Para além de ser um trabalho com vários artistas, foste capaz de criar músicas que vão do puro rock ao hard rock e progressivo; em suma, é uma espécie de “compêndio do rock”. Estou certo?
P: A tua definição é perfeita, neste cd encontras todos os percursos do rock que gostamos de fazer e que muitas vezes sentimos estar em falta no panorama musical. Essa mistura entre força, melodia, guitarras muito presentes, vozes e coros que te fazem ficar de pé ao escutares cada canção, esses toques sinfónicos ao estilo Rainbow e não esconder nunca quando soámos mais a Dio, Whitesnake ou inclusive Blackmore ou Yngwie Malmsteen. É o hard rock que nós gostamos, desfrutamos dele e fizemo-lo para nós e para nossos fãs com quem temos uma dívida grande. Ficamos muito orgulhosos do resultado conseguido, fizemos tudo em grande não só nas colaborações mas também na produção, mistura, masterização, etc. Trabalhamos com os melhores e isso nota-se pela forma como os média e fãs nos receberam. Manuel Angel Mart fez uma mistura incrível, Andy Vandette fez a masterização em Nova Iorque e Stan W. Decker fez umas das capas mais incríveis da sua carreira; foram trabalho, esforço e dedicação muito importantes mas voltaríamos a fazer tudo de novo.

D: Apesar de todos os nomes internacionais não podemos esquecer o resto da banda, eles também são Black Moon. Diz-nos quem são.
P: Certamente são parte imprescindível deste trabalho e muito do resultado é deles. Já falei do Tini Fernández, nosso baterista e amante do bom hard rock (nota-se quando o ouvimos tocar), nunca vi ninguém a tocar tão forte e com todo espectáculo nos seus malabarismos. Javier González é o vocalista de Black Moon e é também outras das surpresas do cd para toda a gente. Ele não era um vocalista muito conhecido, dedicou grande parte do seu tempo à formação de modo a preparar-se para quando a ocasião surgisse; ela apareceu e requereu muito dele mas mostrou-se à altura, fazendo um trabalho incrível com as vozes e coros em cada uma das canções. O baixista é Charly Rivera, esteve dois anos com Medina e conhece todas as formas de tocar baixo numa banda de rock. É um magnífico baixista mas isso toda a gente já sabia haha. Então só falta uma peça do puzzle, Rafa Peña nos teclados; era justamente o que nos fazia falta, alguém com essa influência sinfónica e amante de bandas como Rainbow. Ele faz com que a canção seja sempre o principal e acompanha as guitarras duma forma magistral.

D: Este álbum é maioritariamente cantado em Espanhol mas há 2 canções em Inglês, uma com coro em Inglês uma versão em Inglês. Porque não tudo em Espanhol ou Inglês?
P: Todo o trabalho ia ser em Espanhol mas com tudo o que foi acontecendo íamos decidindo passo a passo e quando vimos que podíamos ter um cd com grande projecção internacional pensamos que deveríamos fazer alguns temas mais marcantes em Inglês para ser mais fácil apelar aos fãs internacionais. Poder contar com a participação das vozes de Joe Lynn Turner, Goran Edman e Fabio Lione ia ser um cartão-de-visita muito bom para Black Moon nos países anglófonos ou outros como o Japão, onde eles são idolatrados e contam com uma legião incrível de fãs. Uma vez terminada a participação de Joe na canção “The End”, ocorreu-me numa noite que não podia dormir retirar todos os instrumentos deixando só a voz e adicionei uma gravação de guitarras acústicas e alguns violinos para fazer esta versão em acústico. Não estava previsto fazê-la mas estou encantado por essa versão da canção. Ia ser apenas uma faixa bónus mas achamos que todos mereciam tê-la ao comprarem o cd.

D: Vocês tencionam tocar ao vivo? Se sim, como vão gerir a parte dos convidados?
P: Até agora não há planos para concertos ao vivo, já disse no início da entrevista que as coisas não são tão simples como parecem. Para já vamos prosseguir com a promoção do nosso trabalho. Ainda estamos a fazer entrevistas para todo o mundo e é nossa intenção fazer com que a nossa música chegue a todo o lado, facto que estamos a conseguir pouco a pouco. Estamos já na Rússia, Dinamarca, Holanda, Alemanha, Áustria, Franca, Reino Unido, Coreia e mais países aonde vamos chegando com o nosso trabalho. É um prazer e uma honra que em Portugal nos recebam de braços abertos e com esta grande expectativa pelo nosso trabalho; garanto-vos que foi feito com todo o nosso amor pela música e rock em especial, valeu a pena ter de esperar meses para coordenar as agendas dos artistas que colaboraram connosco e todo o esforço empregue até ao resultado final.

D: Chegámos ao final da nossa entrevista. Mais uma vez, obrigado pelo teu tempo e aproveita esta última “questão” para te fazeres ouvir. Faz com que conte.
P: Muito obrigado pelo teu tempo em fazer com que o nosso trabalho tenha sentido, garanto-te que continuaremos a lutar para que o rock fique sempre num lugar de destaque nas nossas vidas. Obrigado por tudo a ti e todos os nossos amigos em Portugal, esperamos poder visitar-vos em breve.

Paco Ventura Black Moon: Facebook



\m/


There are these musicians who manage to be surrounded by other great musicians and are capable of creating masterpieces. One of those is Spanish guitarist Paco Ventura who was able to gather some of the finest guitarists and singers of rock/hard rock in an ambitious project called “Black Moon”. Needless to say I had to talk with him to know more about these “gathering of stars”.

Davi: Hello Paco, thank you for accepting my invitation to talk about Black Moon.
Paco: Hello, it’s a pleasure to be here talking to you.

D: Solo releases, Medina Azahara and now Black Moon. How difficult it is to manage all this?
P: The truth is that it isn’t that much complicated to be able to create several projects at the same time when you dedicate all tour time and life to music. For me, writing music is part of my way of living, it’s something I need to make me feel good; when writing one song or another I know exactly to whish project she’ll fit into. Sometimes is a song ideal for Medina Azahara, sometimes not; as soon as I get back to my other projects (in this case Black Moon was filled with many of these songs) I’m happy to have made great choices. When you are part of a productive and working band such as Medina Azahara it’s normal to have complications when putting other projects up front for agenda purposes, but we could certainly make some live shows.

D: When did you came up with this idea of an “international” album?
P: I was thinking entering the studio to record another instrumental cd for my solo career but casually changed my mind and I’m very happy the way things turned out. We had the chance to go to a big festival in Madrid (our drummer Tini Fernandez and me) where Europe, Whitesnake and Def Leppard were playing. I’ve enjoyed those concerts so much that I immediately felt the obligation to make homage to those bands that musically influenced us so much and decided to make a hard rock album with that classical sound we love so much but mastered in a more contemporaneous way. The result was our Black Moon cd being chosen by fans and media to be elected album of the year, best cover artwork, best guitarist, best new band of the year and a long roll of other rewards; we are very proud in the decision we made. This entire highlight to be widely known was in part a result of our work and the incredible collaborations we add.

D: All of your guests come from different genres in rock scene. Did you wrote the songs “for them” or have you chosen them afterwards?
P: It is normal to think that way because the songs were chosen wisely, but in fact the songs were already finished when we started having the collaborations in the cd and we had no idea we would come to this incredible level of collaboration. When the songs were ready Tini started making contacts to find possible collaborators. First name was Bruce Kulick and afterwards the others. He made an incredible guitar solo and several videos in an LA studio and also a thanking video to show his support for the project; afterwards was time for Roland Grapow, Joe Lynn Turner, John Norum, Patrick Rondat, Goran Edman, Carlos Marin, Fabio Lione and finally, almost finishing, Kiko Loureiro. Each one of them plays his unique rock style but when you have the chance to listen to them all in the cd it seems they were destined to play together and of course we feel proud of making it possible.

D: Besides being a work with various artists, you managed to create songs that go from straight rock to hard rock and progressive; summarizing, it’s some sort of “rock compendium”. Am I right?
P: Your definition is perfect, in this cd you find all the rock styles we like playing and most of the time we miss them in the music scene. That mixture of force, melody, laudable guitars, voices and chorus that makes us stand up when you listen to each song, those symphonic touches Rainbow style and not hiding when we sound too much Dio, Whitesnake or even Blackmore or Yngwie Malmsteen. It’s the hard rock we love, we enjoy it and we made it for us and our fans, to which we owe a lot. We are very proud of the final result; we did it big not only in collaborations but also in production, mixing, mastering, etc. We have worked with the best and that is noticeable by the way fans and media acclaimed us. Manuel Angel Mart made an incredible mixing, Andy Vandette mixed all in New York and Stan W. Decker did one of the most amazing covers in his career; it was very important work, effort and dedication but we would do it again.

D: Although all the international names we cannot forget the rest of the band, they too are Black Moon. Tell us who they are.
P: Truly, all band members are an essential part and most of the result is theirs. I’ve spoken about Tini Fernández, our drummer and lover of good hard rock (we can see it when he plays), I’ve never seen anyone playing so strong and with all those juggling. Javies González is Black Moon’s vocal and also another great surprise for all. He wasn’t a very well known vocalist, dedicated all of his time to training so he could be ready when the time came; she did and required a lot of it but he was up to it and made an incredible work with the vocals and choirs in all songs. Our bassist is Charly Rivera, he was with Medina for two years and knows all bass techniques to use in a rock band. He’s a hell of a bassist but everybody knows that haha. The last piece of the puzzle, Rafa Peña in the keyboards; he was just what we needed, someone who loves Rainbow and has all that symphonic influence. He makes the song his main point and always gives good coverage for the guitars.

D: This album is mainly song in Spanish but there are 2 in English, one with English chorus and an English version. Why not all in Spanish or English?
P: The album was planned to be all in Spanish but as things were evolving we were deciding step by step and when we saw we could have international projection with this album we thought we should do English versions for the most outstanding tracks so we could appeal to international fans. Being able to have the collaboration of Joe Lynn Turner, Goran Edman and Fabio Liones’ voices was going to be a great welcoming card for Black Moon in English spoken countries as well as in Japan, where they are worshiped and have an incredible legion of fans. Once finished the participation of Joe in the song “The End”, it occurred me one night when I couldn’t sleep to remove all the instruments, leaving just the voice and added a recording of acoustic guitars and some violins to make this acoustic version. It wasn’t planned but I’m delighted with this version. It was going to be a bonus track but we decided everyone should have it when buying the cd.

D: Do you intend to play it live? If so, how will you manage the guest parts?
P: So far there aren’t any plans for live concerts; as I’ve said in the beginning of this interview, things are not as simple as they look. For now we’ll just continue promoting our work. We are just giving interviews all over the world and it is our intention to make our music reach every place, which we are achieving little by little. We are now in Russia, Denmark, Holland, Germany, Austria, France, United Kingdom, Korea and some other countries we are reaching with our work. It is a pleasure and an honor that in Portugal we are received arms wide open and with high expectations for our work. I can assure you it was made with all our love for music especially rock, was worth it to wait months to be able to coordinate agendas of all the artists who collaborated with us and all the effort putted into it up to the end.

D: We have come to the end of the interview. Again, thank you for your time and use this last “question” to make yourself heard. Make it count.
P: Thank you for your time making our work to make sense, we assure you we’ll keep on fighting so that rock always have a distinguish part in our lives. Thank you for everything, to you and our Portuguese friends, we hope we can visit you soon.

Paco Ventura Black Moon: Facebook


\m/

Sem comentários:

Enviar um comentário